Geely lança o EX5, veículo global da marca
Tecnologia, design e inteligência definem o primeiro veículo 100% elétrico da marca


A Geely Auto marcou sua entrada oficial no mercado brasileiro com um pomposo lançamento do SUV elétrico EX5, em 30 de julho de 2025, durante o evento “G’Day” no Jockey Club de São Paulo. O evento foi apresentado pelo casal Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima, contratados como embaixadores da marca. ((veja video))
A estratégia da empresa foca em veículos elétricos, com o EX5 sendo o primeiro modelo a desembarcar no país, mirando consumidores que buscam mobilidade elétrica acessível. A marca, conhecida por ser dona de Volvo, Polestar e Lotus, aposta em uma combinação de tecnologia, espaço interno e preço competitivo para enfrentar concorrentes já estabelecidos.
O Geely EX5 está disponível em duas versões: Pro, com preço de R$ 205.800, e Max, a R$ 225.800. Esses valores posicionam o modelo abaixo de rivais como o Hyundai Kona Electric (a partir de R$ 239.990) e o Kia EV5 (R$ 249.990), mas em linha com o Omoda E5 (R$ 199.990). A Geely busca atrair compradores com uma proposta de custo-benefício, reforçada por uma garantia de sete anos para o veículo e oito anos para a bateria, além de benefícios como carregador doméstico gratuito para compradores ou um ano de recarga grátis em eletropostos da Mobilize.
A produção do EX5 ocorre na China, utilizando a plataforma GEA (Global Intelligent Electric Architecture), projetada para eficiência espacial e integração de sistemas elétricos. Não há planos confirmados para fabricação local no Brasil, diferentemente de concorrentes como a BYD, que começam a montar veículos em Camaçari, Bahia.
A escolha pela importação reflete a estratégia inicial da Geely de testar o mercado brasileiro antes de investimentos em produção local.
O EX5 é equipado com um motor elétrico dianteiro de 160 kW (218 cv) e 32,6 kgfm de torque, acoplado a uma transmissão de velocidade única. A configuração é tração dianteira, com aceleração de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos na versão Pro e 7,1 segundos na Max. A velocidade máxima é limitada a 180 km/h. O sistema utiliza uma bateria de lítio-ferro-fosfato (LFP) de 60,22 kWh, conhecida como Aegis Short Blade, com densidade energética de 192 Wh/kg.
O veículo opera exclusivamente com energia elétrica, sem opções de combustão ou híbridas. A autonomia, segundo o ciclo Inmetro, é de 413 km na versão Pro e 349 km na Max, esta última impactada pelo peso extra de equipamentos. O consumo médio é de 15,8 a 16,6 kWh/100 km (WLTP), com testes reais indicando até 13,5 kWh/100 km, sugerindo uma autonomia prática próxima de 460 km em condições ideais. O carregamento rápido DC (100 kW) permite ir de 30% a 80% em 20 minutos, enquanto o carregador AC embarcado é limitado a 11 kW.
O acabamento interno do EX5 destaca-se pela escolha de materiais. Bancos em couro sintético (GeeLuxe) estão disponíveis em preto ou branco, com superfícies de toque suave no painel e portas. A montagem é sólida, com detalhes metálicos no volante e botões. A estética minimalista é complementada por uma central multimídia de 15,4 polegadas e um quadro de instrumentos digital de 10,2 polegadas, ambos integrados ao sistema Flyme Auto, que suporta atualizações OTA. A ausência de Apple CarPlay e Android Auto no lançamento, com previsão de chegada em 2026, é uma limitação.
A posição de dirigir é ajustável, com bancos dianteiros elétricos (seis vias para o motorista, quatro para o passageiro) e volante com amplo ajuste de altura e profundidade. A visibilidade é favorecida pela área envidraçada generosa e pelo retrovisor com câmera 360°. A ergonomia é funcional, mas a falta de ajustes lombares e de apoio para coxas pode incomodar em viagens longas.
O EX5 oferece itens de conforto como teto solar panorâmico com 11 ajustes, bancos dianteiros aquecidos, ventilados e com massagem (na versão Max), sistema de som de 16 alto-falantes (1.000 W), ar-condicionado de zona única, carregador sem fio de 50 W e quatro portas USB (duas A, duas C). Externamente, o modelo conta com faróis e lanternas LED, maçanetas retráteis, rodas de 18” (Pro) ou 19” (Max) e pintura em cinco cores, com Arctic White sem custo adicional.
O porta-malas tem capacidade de 410 litros, expansível para 1.877 litros com os bancos traseiros rebatidos (60:40). A área inferior adiciona 108 litros, mas a ausência de uma tampa de cobertura é uma desvantagem. Ganchos para bolsas e um espaço úmido lateral aumentam a praticidade, embora o modelo não inclua estepe.
O desempenho ao dirigir é voltado para o conforto. As respostas são suaves, ideais para o trânsito urbano, enquanto o modo Normal oferece retomadas adequadas. A suspensão (McPherson dianteira, multilink traseira) absorve bem irregularidades, mas apresenta rolagem em curvas e sensação flutuante em alta velocidade.
Na cidade, o EX5 é fácil de manobrar, com direção leve e diâmetro de giro reduzido. Em estradas, a estabilidade é mantida pelo baixo centro de gravidade e distribuição de peso 50/50, mas a falta de feedback na direção limita a confiança em trechos sinuosos. A regeneração de energia, ajustável em quatro níveis, é suave, mas não há modo de condução de um pedal.
A segurança é um destaque, com sete airbags, frenagem autônoma de emergência, controle de cruzeiro adaptativo, assistente de faixa, alerta de tráfego cruzado, monitoramento de ponto cego e reconhecimento de placas. O modelo obteve cinco estrelas em testes Euro NCAP e ANCAP.
O EX5 enfrenta concorrência acirrada no Brasil. O Omoda E5, com design moderno, compete diretamente em tecnologia, enquanto o Kia EV5 e o Hyundai Kona Electric miram um segmento premium.
A chegada do EX5 reforça a tendência de eletrificação no Brasil, onde a infraestrutura de recarga ainda é um desafio. A Geely aposta em um pacote equilibrado, mas a ausência de conectividade com smartphones e a tração dianteira podem limitar seu apelo frente a rivais mais dinâmicos. A marca planeja expandir sua rede de concessionárias, com meta de 50 pontos até o final de 2025.
O Geely EX5 é uma opção prática para quem busca um SUV elétrico com bom espaço e tecnologia acessível. Suas limitações dinâmicas e a dependência de atualizações futuras para conectividade são pontos a considerar, mas o preço e os equipamentos o tornam competitivo no segmento.
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