Você já viu um carro que parece saído de um filme dos anos 60, mas que acelera como um modelo do futuro? É um elétrico urbano com proposta diferenciada. Ele aposta em estilo, tecnologia e desempenho para conquistar um público que busca algo além do básico.

Pois é exatamente essa a sensação ao se deparar com o GWM Ora GT 2025. O hatch elétrico chinês, que mistura design retrô com tecnologia atual, chegou ao Brasil com a missão de disputar espaço entre os compactos eletrificados — e nós fomos conferir se ele cumpre o que promete.

O Ora GT é a versão topo de linha da família Ora 03, com preço sugerido de R$ 187 mil. A versão de entrada, chamada Skin, custa R$ 159 mil, e ambas compartilham a mesma base técnica, mas o GT adiciona elementos visuais exclusivos, acabamento interno diferenciado e mais equipamentos de conforto e segurança.

O modelo é equipado com um motor elétrico de 171 cv e torque de 25,5 kgfm, acoplado a um câmbio automático de uma marcha, típico dos veículos elétricos. A aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 8,2 segundos, e a velocidade máxima é limitada a 160 km/h. A entrega de torque é imediata, favorecendo retomadas e ultrapassagens.

A bateria é de lítio-ferro-fosfato (LFP) com capacidade de 48 kWh. A autonomia oficial é de 300 km no ciclo PBEV, mas em uso real, com ar-condicionado ligado e trânsito urbano, o número pode variar de 250 km a 370 km, se estiver no modo ECO. O consumo médio gira em torno de 6,2 km/kWh, o que equivale a cerca de 18,6 kWh/100 km.

Entre os concorrentes diretos estão o BYD Dolphin (R$ 149 mil), BYD Dolphin Plus (R$ 179 mil), Renault Kwid E-Tech (R$ 99 mil) e JAC E-JS1 (R$ 139 mil). O Ora GT se posiciona acima em preço, mas tenta compensar com acabamento e equipamentos.

O interior traz duas telas de 10,25 polegadas, sendo uma para o painel de instrumentos e outra para a central multimídia, com conectividade sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. O sistema é comandado por um chip Snapdragon 8155, que garante inicialização rápida e resposta fluida aos comandos.

A posição de dirigir é elevada, com boa visibilidade frontal. O banco do motorista tem ajuste elétrico e o volante possui regulagem de altura e profundidade. O console central é elevado e abriga o seletor de marcha giratório, além de porta-objetos e carregador por indução.

Entre os itens de conforto, o Ora GT oferece ar-condicionado digital, bancos em couro sintético, iluminação ambiente configurável, câmera 360°, piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência e sensor de ponto cego.

Externamente, o modelo se diferencia por rodas de liga leve diamantadas, detalhes em vermelho, faróis full LED e lanternas traseiras com assinatura luminosa. O visual é inspirado em carros europeus clássicos, com linhas arredondadas e perfil compacto.

O porta-malas tem 228 litros de capacidade, o que limita o uso em viagens longas, mas atende bem ao uso urbano. O banco traseiro é bipartido e permite ampliar o espaço de carga quando necessário.

Durante a avaliação, o Ora GT mostrou comportamento estável em curvas, com suspensão independente na dianteira e eixo de torção na traseira. A direção elétrica tem peso variável e o isolamento acústico é eficiente, mesmo em velocidades mais altas.

O modelo se mostrou ágil no trânsito, com respostas imediatas ao acelerador e frenagem precisa. A regeneração de energia pode ser ajustada em três níveis, permitindo condução mais eficiente ou mais próxima de um carro a combustão.

O carregamento pode ser feito em corrente alternada (AC) de até 11 kW ou em corrente contínua (DC) de até 64 kW, o que permite recuperar 80% da carga em cerca de 40 minutos em eletropostos rápidos.